#pralerouvindo
Olá, pessoas! Tudo bem por aí?
Chegou minha cartinha com o que li, vi, ouvi e curti ao longo do mês mais longo do ano. Nas muitas vidas que vivi em agosto, deu para colecionar boas histórias e algumas reclamações. Perdoem o mau humor e boa leitura.
Até setembro!
Lidos em agosto
🇧🇷 Baseado em Fantasmas Reais, Rafael de Oliveira Fernandes (Brasil)
A mãe de Rafael desaparece sem explicações. Anos depois, sua irmã entra em um coma profundo. Sozinho, o rapaz passa os dias em busca da mãe até que conhece Nina, uma adolescente em busca de seu gato desaparecido, e os dois desenvolvem uma amizade. É uma narrativa sobre perdas e solidão, mas também tem ótimas reflexões para compreender o fim, seja da vida, de uma fase, ou de uma relação. Recebi um exemplar do autor e curti bastante!
🇧🇷 Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu (Brasil)
Na minha adolescência, 1 em cada 10 perfis do Orkut continham citações desse livro. Logo, a jovem diferentona que fui não se interessava por Caio Fernando Abreu. Ainda bem que a gente supera essas fases.
Morangos Mofados parece ter sido escrito na urgência de um sentimento bastante intenso. Tem alguns contos confusos, outros, redondinhos. É uma experiência de leitura ótima para quem tem a paciência de voltar, reler e ir pegando o ritmo frenético do Caio. A melhor forma de definir seu estilo aparece numa carta a José Márcio Penido, no final do livro: "para mim, escrever é botar o dedo na garganta".
🇺🇸 O Álbum Branco, Joan Didion (EUA)
O Álbum Branco é composto por uma série de ensaios sobre os EUA nos anos 60. Não sou tão familiarizada com os detalhes e personagens dessa temática e pensei que nem chegaria ao fim do livro. Foi preciso ativar o modo leitura ativa (dessas que a gente pára para pesquisar e entender do que o autor está falando), mas terminei dando 5 estrelas no Goodreads. Uma boa surpresa. 😂
Fiz um post sobre algumas das descobertas do livro. Se quiser ler, tá aqui.
Entrou pra lista
Livros recém-lançados ou descobertos no mês.
Zapeando 👀
para além dos livros
O que vi:
Série :: Fleabag, no Prime Video
⭐⭐⭐⭐⭐
Sim, eu não só demorei para ver, como detestava os dois primeiros episódios. Com a insistência de uma amiga, ultrapassei as piadas autodepreciativas e terminei a série apaixonada e aos prantos.
“Mas não é comédia?” É. Mas é triste demais também. A Brenda França escreveu a respeito no Valkírias. Vale ler.
Filme :: Moxie, na Netflix
⭐⭐
Moxie tinha tudo pra ser legal: feminismo, ensino médio, Amy Poehler e referências punks. Infelizmente, o roteiro não tem sutileza nenhuma e acaba virando um filme apenas panfletário. O que não é ruim, mas poderia ser beeeem mais legal.
O ponto alto: a trilha da cena final é do Cansei de Ser Sexy 💜
Filme :: A morte te dá parabéns, no Prime Video.
⭐⭐⭐
Uma mistura de suspense e comédia divertida. Tem looping temporal e redenção da patricinha de fraternidade. O tipo de bobagem que adoro.
Série :: Pushing Daisies, na HBO Max.
⭐⭐⭐⭐
Fiquei muito feliz quando a HBO anunciou esta novidade no catálogo. A série, que foi ao ar de 2007 a 2009, estava na minha lista há tempos. É sobre Ned, que consegue matar ou reviver pessoas com apenas um toque. Lembra um pouco Desventuras em Série e 500 Dias com Ela (correlação ousada, mas juro que faz sentido. rs). Ainda falta assistir à segunda temporada, mas tem sido divertido.
Filme :: Os homens que não amavam as mulheres, na HBO Max
⭐⭐
Odeio ser a pessoa que faz a afirmação “o livro é melhor”, mas o que se pode fazer quando é verdade? Os Homens que Não Amavam as Mulheres é uma adaptação do romance policial homônimo e, apesar de ser bem longo (2h30), deixa muitos vácuos na história. Fiquei #chateada com a mudança de final………………….
Filme :: Friends and Strangers, no Mubi
⭐⭐⭐1/2
Esse filme me lembrou bastante o livro (e a série) Pessoas Normais. Gostei muito da forma como retratam a sensação de inadequação de ser jovem nos anos 2010, mas, em alguns momentos, os diálogos ficaram chatos. De toda forma, as cores e beleza das cenas valem o tempo assistindo.
Filme :: Marte um, no cinema
⭐⭐⭐⭐⭐
Que bom que existe o cinema brasileiro pra contar histórias de esperança e sonhos que falam diretamente com a gente. ❤️ Marte Um foi destaque no Festival de Gramado e no Festival de Cinema de Sundance e é tudo isso mesmo. Separe o lencinho e vá ao cinema prestigiar. Aqui tem uma conversa bem legal com o diretor Gabriel Martins.
Vamos ser amigos no Letterboxd? Ó meu perfil aqui.
O que ouvi:
Passei algumas horas num ônibus indo e voltando de SP e aproveitei para ouvir episódios aleatórios de podcasts. Ó o que rolou no foninho:
Como começar a ouvir bandas do movimento riot grrrls, do Como começar.
Como você faz para ler tanto?, do 30Min
Do Paraíso a Peabody, do Faxina
(sobre imigração para os EUA. um pouco triste e muito bom!)
Nunca interagimos tanto, mas nunca fomos tão solitários, do Tecnocracia.
O que curti:
Se você me segue no Instagram, pode ser que tenha visto (ou não) um post sobre meu desejo de compartilhar ao invés de criar conteúdo para rede social. É para isso que todo este projeto serve. E é também por isso que decidi fazer uma newsletter: para fugir das novas demandas da ex-rede de fotos.
O pessoal do @bitstobrands fez uma análise interessante sobre as mudanças no Instagram e o que nos trouxe até aqui. Para ler, é só clicar na imagem.
Acho o luto e a saudade sentimentos muito doloridos, mas igualmente bonitos. Esta reportagem do Tab Uol sobre as pessoas que acessam o Street View para rever seus familiares é mais uma prova disso.
Você sabia que o Google tem uma plataforma construída em conjunto com minorias para eliminar os estereótipos do marketing? Infelizmente, está disponível apenas em inglês, mas é bem interessante.
O guia da Antofágica sobre como começar o hábito da leitura tem um caminho bem parecido com o que segui quando voltei a ler livros de literatura. Para quem também está buscando esse hábito, eis alguns conselhos:
Adorei a receita de Tomates Verdes Fritos da @capituvemparaojantar. Recomendo dar uma olhada no perfil inteiro. É cheio de receitas legais. ❤️
Feliz em saber que a biografia de Leminski vai voltar às prateleiras. Inclusive, ele faria 78 anos no dia 24/8. A Revista Cult abriu o ensaio Por que amamos Paulo Leminski?durante o dia do aniversário do poeta e vale compartilhar a citação de uma fala de Leminski para o documentário Ervilha da Fantasia:
“Todos os povos amam seus poetas. Eu não sei se todos os povos amam seus cientistas, mas todos os povos amam seus poetas. No Brasil, poetas como Vinicius de Moraes, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Milton Nascimento e seus parceiros são pessoas amadas. Os poetas são amados por milhões. Por que os povos amam seus poetas? É porque os povos precisam disso. Os poetas dizem uma coisa que as pessoas precisam que seja dita. O poeta não é um ser de luxo, ele não é uma excrescência ornamental, ele é uma necessidade orgânica de uma sociedade. A sociedade precisa daquilo, daquela loucura para respirar. É através da loucura dos poetas, através da ruptura que eles representam, que a sociedade respira.”