Quem acompanha colunas e perfis sobre literatura deve ter ficado sabendo que o New York Times organizou uma votação entre escritores e escritoras consagrados e celebridades para eleger os 100 melhores livros publicados no século 21. A lista é polêmica (como todas): deixa de fora nomes que muita gente acha que merecia estar lá e, obviamente, é só o ponto de vista de uma turma. Mas, para mim, que adoro listas, é uma diversão.
Dos selecionados, li só oito. Alguns já estavam no radar, outros entraram e o livro que estou lendo no momento também aparece por lá. Achei que valia uma edição temática com o que já li e quero ler dessa seleção. Bora?
Já li:
A Amiga Genial (1º lugar) e História da Menina Perdida (80º), Elena Ferrante
Quem me seguia no Instagram no fim de 2022 acompanhou a minha saga lendo os livros que narram a vida e a amizade de Lenu e Lila. São 4: A amiga genial; História do novo sobrenome; História de quem foge e de quem fica e História da menina perdida. A obra completa é um retrato muito interessante sobre a vida das mulheres, independentemente das histórias individuais. O segundo volume da série é o melhor, na minha opinião, mas não entrou na lista. De toda forma, vale ler tudo. É uma delícia, mesmo tendo seus momentos arrastados. O post que fiz logo que terminei o último livro traduz meus sentimentos:
O ano do pensamento mágico (12º), Joan Didion
Na véspera do ano novo, depois de visitar a filha no hospital, Joan Didion se sentou para jantar com o marido, John Dunne, e ele sofreu um acidente vascular fatal. O ano do pensamento mágico é um livro de memórias sobre ter vivido essa cena e os meses que se seguiram. É lindo, difícil e corajoso.
Esboço (14º), Rachel Cusk
Uma escritora em viagem pela Grécia narra seus encontros e conversas ao longo da estadia. Cheio de ironias e temas espinhosos, é dos livros que leitores amam ou odeiam. Não sei se entraria na minha lista de melhores do século, mas gostei.
Pachinko (15º), Min Jin Lee
Talvez eu seja a única pessoa que conheço que não amou esse livro. Pachinko é um romance histórico que se passa no início do século 20, período em que o Japão exercia domínio sobre a Coreia. Partindo da história de Sunja, uma garotinha filha de pescadores que engravida ainda jovem e precisa se mudar para o Japão, vamos conhecendo as gerações de sua família e as consequências da dominação na vida dos coreanos. É ótimo no quesito informativo, mas senti que a autora quis criar personagens demais e foi deixando alguns pelo caminho.
Fun Home: uma tragicomédia em família (35º), Alison Bechdel
Nos primórdios do Cansei de Netflix, li esse quadrinho que abriu a porta para outros quadrinhos na minha vida. Como já tem um tempo, vou recorrer ao post que fiz na época:
Persépolis (46º), Marjane Sartrapi
Taí um livro que conta com a minha panfletagem. Persépolis é uma HQ autobiográfica sobre a história de Marjane, iraniana que viveu as mudanças culturais que o regime xiita impôs aos moradores de seu país. Assim como Pachinko, me apresentou muitos fatos que não conhecia, mas como disse no meu post da época, é muito mais do que um livro sobre acontecimentos históricos. É sobre pessoas, resistência e amor. Lindo!
Dias de Abandono (92º), Elena Ferrante
Abrindo e fechando com ELA! Dias de abandono é o meu favorito da Elena Ferrante e narra a dor e a raiva de Olga, que é abandonada com suas crianças após ser traída pelo marido. É um livro intenso e mexeu demais comigo.
Estou lendo e quero ler:
Os anos, da Annie Ernaux, já estava aguardando sua vez na minha cabeceira quando vi que ficou em 37º. Comecei ontem.
A lista também reforçou intenções de leitura que estavam entre os indicados da Elena Ferrante para a Bookshop, como Olive Kitteridge (74º), da Elizabeth Strout; Manual da Faxineira (79º), da Lúcia Berlin e Americanah (27º), da Chimamanda. Já tinha aqui na estante e agora fiquei um pouco mais entusiasmada para ler Austerlitz (8º), do W.G. Sebald e Destransição, Baby (87º), do Torrey Peters. E estou interessada também nos livros do Bolaños, da Ali Smith, da Fernanda Melchor. Autor e autoras que quero conhecer e espero que a vida me dê tempo para tudo isso.
Só consegui entender melhor a lista graças à Folha de S. Paulo, que fez o ótimo trabalho de traduzir e atualizar com o que foi publicado no Brasil. Clica aqui pra ver.
confesso que tô evitando ler a lista do ny times, porque já tenho livros demais na minha listinha de futuras leituras e tô com um pouco de medo de colocar mais um montão. 😂😂😂
Manual da Faxineira é um espetáculo! ❤️